Sunday, February 15, 2009

Hoje acordei com sintomas de saudade. Saudade de um monte de coisa, saudade de um monte de gente, de um monte de época, saudades. E arrisco dizer saudades de mim.

O diferente nos atrai, mas é no semelhante que encontramos força pra seguir em frente. E eu ando me sentindo muito diferente dessa gente que me rodeia. Eu os amo. Mas eu sinto falta deles. Sinto falta daqueles que eu ja me identifiquei e que hoje se debatem tanto para provar o quão são diferentes. Sinto falta das besteiras ditas nas rodas de conversa e quando os assuntos não precisavam ser sempre cultos, inteligentes ou pseudo-intelectuais. Por que ? Porque eu acho que essa gente fala demais. Porque eu acho que antes de falar tem que se viver. Tem que se fazer. Tem que ser. Eu gosto da revolta e da opinião formada, mas eu admiro a mão na massa e a falta de tempo para reclamar. Eu gosto de inteligência e de grandes conceitos, mas eu adoro a esperteza e a prática, sendo praticada. Eu gosto de quem quer mudar o mundo, mas eu venero aqueles que mudam.

E por vezes eu me acho fútil no meio dessa gente que tem sempre tanto a dizer, tem sempre tanto a se revoltar, tem sempre opinião por dar e por vezes está sempre cheia de novas idéias e planos para uma nova vida nova. E eu me sinto burra no meio de mestres, escritores, poetas, cantores, grandes professores, doutores e quase-intelectuais. Mas ai eu me lembro. Ai eu lembro. Lembro da vida dessas pessoas e do que elas fizeram com suas vidas. Ai eu olho a minha vida. Ai mais uma vez eu lembro. Eu nem sempre tenho o que dizer. E sim, eu vejo BBB. Sim eu nem sempre sei o que ta acontecendo no mundo. E não eu não tenho uma formação política como vocês. Ou como vocês acham que têm. E não eu não sou assim tão de esquerda, e me convenço que se eu entendesse disso eu seria menos ainda... E sim, ainda me é estranho ver dois gays se beijando na rua, e não talvez eu não concorde tanto com o filme milk, e não eu não me acho preconceituosa por conta disso. E sim, talvez eu seja um pouco, mas ainda acho que família é importante e que essa libertinagem toda vai contra a família... E sim... eu estou longe daquilo que um dia fui. Eu ja não danço as musiquinhas da igreja e eu já até tiro sarro disso tudo, mas não eu não tenho vergonha de ter vivido tudo aquilo e sim, eu ainda acredito em um monte de coisa que eu acreditava naquela época e sim... eu quero que meus filhos acreditem nisso também. E pasmem. Sim eu ainda quero algumas coisas tradicionais e antigas, como esse povo todo adora criticar.

E talvez eu seja assim. Desculpe decepcionar. Eu nunca disse que seria diferente. Eu nem sempre tenho opinião formada. Eu nem sempre sei o que dizer. Eu nem sempre concordo com vocês. E eu nem sempre acho os seus assuntos interessantes. Como vocês também não devem achar os meus.

"Não basta conquistar sabedoria. è preciso usá-la." Cícero

"Quem reconhece a sua ignorância, revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância, vive na mais profunda ilusão. " Lao-Tsé

1 comment:

Anonymous said...

li tá sumida...dá para aparecer saudades de vc Edu (solum)