Wednesday, November 16, 2011

Dia frio...

Hoje acordei envenenada. Nada de ruim aconteceu, mas consigo bem entender porque meu humor no Canadá era uma lástima. A falta do sol e a presença constante de chuva me murcham, me apodrecem. Nossa to inhacada, sabe?
O feriado foi muito bom, revimos pessoas queridas, que contaram histórias, partilharam um pouco da vida, adentramos mais um pouquinho na tecnologia amedrontante dos dias atuais e tudo isso foi o suficiente pra me deixar acordada até quase 4 da manhã, pensando um monte de coisas.
Foi bom conversar com as pessoas. Muitas contaram histórias, falaram de novidades, muitas delas estão exatamente seguindo aquilo que imaginávamos para elas, outras nos surpreenderam positivamente e outras assim como nós, partilharam suas dúvidas e incertezas. A velha questão mundial, mas a nova questão pessoal de ir ou ficar, ousar ou aquetar, sentir ou resistir, viver ou sobreviver. E ai junta isso, aquilo e aquilo outro e pronto. Munição para uma bela noite em claro, pensando, pensando, pensando.
E logicamente ao acordar, os pensamentos perdem a força, pois a rotina da vida incerta de agora que gera as questões outrora mencionadas, e dão lugar ao humor murcho e áspero, ao desconforto e claro, as olheiras feias e bem marcadas no rosto cansado.
MAS, eu não reclamei nem um segundo!!! Fui forte de não postar, não escrever, não dar vida, a esse cansaço físico que parece emocional, mas que na verdade não é.
E como nesse dia frio não tenho tempo para ler um bom livro, vou é preparar aula, trabalhar e dormir mais cedo, parar quem sabe dessa vez dormir e não pensar.

Thursday, November 10, 2011

Ha Ha Ha!

Que ridículo!! Eu acabei de ler o último post desse blog e eu quase acreditei na pessoa que o escreveu!
Engraçado que o post anterior foi escrito no início desse ano e T-O-D-A-S as promessas que eu fiz realmente não foram cumpridas. Bom pra se ter uma ideia: a promessa não era comprar muito, ser uma consumidora responsável. Bem minha coleção de esmaltes tinha uns 89 vidrinhos, certo? Hoje esse número chega a 153. tá bom pra você meu consumismo responsável? HUMPT


A verdade é que ando precisando escrever... acho que quando eu escrevia, reclamava menos.Além do mais preciso me mexer, to ficando cada vez mais parada, tô vendo o dia que vou encalhar de vez, sabe?
Tanta coisa acontecendo no mundo, tanta informação e opiniões pobres e superficiais são dadas em mensagens pequenas e direcionadas no Facebook. NÃO! Eu consigo mais que isso né? E preciso também, falar, escrever até pra organizar o que ando pensando, o que ando acreditando ou deixando de acreditar e enfim assim não encho o ouvido dos outros, mas não deixo de colocar pra fora tudo o que eu acho que penso. Ou penso... já não sei mais...


Tenho saudade de algumas coisas que fazia e que queria e por puro comodismo deixei pra trás. Por exemplo,  Teatro Mágico. O fato é que realmente as letras, a grande maioria delas me ajuda muito. As vezes muito mais do que o que é tido como universalmente e inquestionavelmente bom. É engraçado como choco quando nem acho o Chico Buarque tudo isso. Esse último Cd eu até gostei bastante. Mas nossa não consigo ouvir o Carioca, por mais de 5 minutos. Não me toca, não me atinge, doesn't ring a bell, sabe? E acho que as vezes tenho é vergonha de falar em voz alta essas coisas. Como por exemplo: Nãooo eu NÃo tenho o interesse de fazer um mestrado. E por que não? Porque fiz uma faculdade mediocre, na qual me dediquei menos que mediocremente, não tenho a menor vocação pra babar ovo de pessoas ditas como banbanban da área tal e etc.  Não tenho vontade também de discutir se a PM deve ou não ficar na USP. Desculpa lá, me interessa muito mais discutir, questionar, porque ainda tem gente nesse mundo que morre de fome.


Acho que preciso voltar a ver a vida de uma maneira mais poética, mais sonhadora. Preciso ser menos, beem menos influenciável e começar a fazer valer o que acredito. Mas acho ainda, que antes de tudo isso preciso é voltar a ACREDITAR. Acreditar em tudo mesmo. Na fé, na vida, na esperança. Em mim. Em Deus.
Preciso voltar a fazer amizade na rua, a ser simpática com o cobrador e voltar a falar bom dia.
Era eu que falava que quem não conseguia ser simpático com o garçom não poderia ser uma boa pessoa, e bem a verdade eu ando cada vez mais antipática, com tudo, com todos. Cada vez mais preconceituosa, levantando a bandeira do não preconceito. Sou super a favor do casamento gay e tornar homofobia crime, mas adoro falar mal do motorista de ônibus, rogar praga pra qualquer infeliz que me irritar no trânsito e desejar o mal para todos os motoqueiros que existem no mundo. Mas quando vejo alguém fazendo isso e ai saio de mim e enxergo o outro, acho péssimo, acho a pessoa "desequilibrada". E eu então, o que sou??
Riscar o carro de alguém porque esse estacionou num lugar que meu carro não consegue sair, quebrar um celular novinho a pisadas só porque uma reserva não deu certo e porque uma louca estacionou na frente da minha garagem. Maldizer, até mesmo Deus, quando algo realmente injusto acontece.


É, o que anda faltando é equilíbrio. Nas emoções, nas opiniões, nas decisões. Uma hora eu quero ir, uma hora eu quero ficar.Ir pois é  num lugar distante e distante do Brasil, sempre me fascinou. Ir pra começar tudo, de novo, como eu sempre gostei de fazer. Ficar, pra parar de "fugir", parar de querer começar uma vida que já começou há 28 anos. Ficar pra ficar com o meu pai, cuidar dele, aproveitá-lo.
Uma hora quero continuar no objetivo, outra quero parar de lecionar em escolas. Uma hora quero comprar um I-Phone, na outra quero economizar. Uma hora maldigo fulano e ciclano, na outra faço as pazes com eles, sem eles mesmo saberem que estávamos de mal.
E ai fico me perguntando, será que eu me aguentaria, se eu não fosse eu?? A verdade pode até ser dura, mas acredito que não. Eu iria ter medo de mim. Medo de que eu falasse mal de mim, como eu falo mal de outras pessoas. E é essa bem a verdade. Eu preciso parar.
Eu sempre me "gabei" de não ser rancorosa, mas nossa.. já há tanto rancor em mim. Rancor de gente que me machucou, que quis estragar um dos dias mais lindos da minha vida e que nem se quer teve a decência de pedir desculpas. Mas também, o que eu esperava? Fui tão ingênua em acreditar que seria diferente...


E a preguiça? E o marasmo que eu deixei se instalar e nunca mais mandei embora? Tenho bastante trabalho, mas tenho bastante tempo livre também. Por que não estudei para o CAE? Sozinha mesmo, já que tenho todo o material? Por que não arrumei as gavetas que estão bagunçadas desde que casei. Por que não li livros pendentes, não fui correr no parque ou até mesmo fazer academia? Por que não marquei de reencontrar amigos queridos, por que não escrevi para aqueles que só com a internet é possível comunicação? Por quês.. tantos deles... Por que deixei morrer em mim, crenças que me ajudaram tanto... que me fizeram grande, bem maior do que eu conseguia ser?
E eu não posso culpar ninguém. Me deixei levar porque quis, esmoreci por conta própria, mesmo sendo estimulada ao contrário.
E agora entendo que nessa cidade louca, a gente tem que se lembrar toda hora do que é e de onde quer chegar. Se não é levado pela multidão. É levado por aqueles que não se esqueceram dos seus sonhos. E acabamos nos esquecendo que na verdade, estamos é indo, é levando, é suportando, é sobrevivendo. Mas e o viver mesmo, onde está?
Enfim, espero que esse post seja o primeiro de muitos. Seja a volta de uma mulher que cansou do facebook, e cansou de verdade e quer poder mesmo é tirar de dentro dela o que está guardado.