Monday, October 30, 2006

E no fim, que sobrem as risadas.

Hoje constatei de verdade a máxima de que a felicidade é feita de momentos. Não que eu nunca tivesse presenciado momentos de felicidade, mas hoje consegui nomear esse momento, e enchergá-lo de maneira nítida. Essa semana eu estava meio down com umas coisas que eu infelizmente não tenho controle, com sentimentos que eu não deixo de sentir, e com as gaiolas que eu não tiro de dentro de mim... e simples momentos me fizeram voltar a mim mesma, a lembrar de tudo o que quero e o que não quero para minha vida. E assim como numa pista de patinação no gelo, entrei receosa, segurei firme nos cantos, tentando me apoiar até onde não dava, rígida, com medo de cair. Fui me soltando, deixando a movimentação me levar um pouco mais para o meio, fui tirando a mão do corrimão, fui me soltando, pegando velocidade, fui abrindo os braços... e ops! Cai. E como todo tombo, doeu, olhei para os lados na chance de achar alguém pra me ajudar, levantei, tirei o gelo da perna, arrumei o cabelo, e como todo tombo aprendi mais uma lição e dei muita, mas muita risada. E ai foi que me soltei de verdade. Foi quando percebi que apesar de doer, o tombo me torna humana, me trás para perto daquilo que realmente sou. Mostra os meus limites, minhas fraquezas, mostra que não sou de papel muito menos feita de açucar, ou algo parecido com mel. Tira meu medo de cair de novo, mostra que a dor é suportável, por pior que ela seja. Mostra que quanto mais rígida eu estiver, mais dor vou sentir e que inevitavelmente, segurando ou não, com medo ou não, eu vou cair. Pois têm coisas que não dependem de mim. Pode ser a pista, pode ser o patins, pode ser o dia, a lua, pode ser o lugar, mas se eu tiver que cair, eu vou cair. Sempre, lógico, seguido de muita risada. O que eu posso fazer então? - Fechar os olhos, soltar do corrimão, ir para o meio da pista, abrir os braços, pegar velocidade, relaxar e ... cair. Sempre com muita risada. " como é doce a dor da palavra dita de tão longe."

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