Friday, October 31, 2008

São caminhos.. são passos... são sonhos... sou eu.

Há em mim uma mulher inquieta que quer falar. Há em mim um sorriso escondido querendo sair, um olhar sincero pronto a dividir. Há em mim um ser mutante, aberto a experimentações, a vivências, a ópios novos, a cheiro de mato molhado. Há a excitação de uma criança ingênua e vestígios da malícia de uma mulher da casa vermelha. Há uma presença imensurável de Deus.

É por essas e por outras que a vida vai mais e mais seguindo rumos tão diferentes. Caminhos desiguais, mais e mais distantes, continuamente. Distantes mais e mais... d e f i n i t i v a m e n t e ....( Dias de chuva, Tribo de Jah)

Só acontece aquilo que permitimos acontecer. Só existe em nossa vida aquilo que queremos, só pertencemos àquilo que acreditamos. Somos escravos de nossas próprias idéias,

somos platéia da nossa própria peça. Deixa pra lá o que não interessa... estórias, prosas, rimas, sem começo, meio e fim... ( vagalume, O teatro mágico)

E é por isso que por vezes me vejo sem ponto, sem vírgula, tentando frasear as minha histórias e meus lamentos. È por isso que peço opinião, peço conselho, peço ajuda... mas é também por isso que faço tudo, geralmente sozinha... E é por isso que também me canso de ser protagonista e vilã, de ser a mulher e por vezes o homem, de ser a filha e o pai. È por isso que tenho medo do não, e o patinho feio me é mais seguro do que a Cinderela. È por isso que entro desconfiada nas relações, me entrego quando baixam a guarda, mas me descabelo ao ver que a guarda está a subir. Pinto meus sonhos de cor-de-rosa, apesar de fazer questão de proclamar o quanto odeio esta cor. Me visto de mulher forte, mas o que mais quero é um ombro largo pra me proteger. Mas só um ombro não há de bastar. O ombro tem que ter pulso firme, tem que ter garra, tem que ter fé na vida. Tem que possuir leveza. Não uma leveza que me leve à morte nem que me faça sucumbir de ódio, mas uma leveza que me enriqueça, que me deixe mais leve. O ombro tem que me deixar segura, me deixar por vezes cheia de mim, por vezes cheia dele, não só do ombro, mas do tudo que o abrange. È por isso que canto "

Quem é você pra me chamar aqui se nada aconteceu? Me diz, foi só amor ou medo de ficar sozinho outra vez? Cadê aquela outra mulher? Você me parecia tão bem, A chuva já passou por aqui, eu mesma que cuidei de secar" ( Santa Chuva, Marcelo Camelo)

É por isso que coincidentemente já posso livremente cantar " Fique feliz na boa e tudo vêm... nunca chove sem molhar... o amor vem pra cada um." ( Seu coração, Zizi Possi) E ai tenho cada vez mais certeza. Que a leveza do meu ser, encontrará a leveza do seu, e dançaremos, olharemos as estrelas, riremos das mais bobas estórias, falaremos até tarde, calaremos e apenas apreciaremos a chuva cair.

O importante foi perceber que ninguém pode ter a pretensão de fazer o outro feliz. Só um alguém não possuí tudo o que um outro alguém necessita e/ou quer. Ao reconhecer isso, consegui entender amizades, irmandades e as outras ligações. E entendendo, fiquei mais amiga, mais irmã, mais ligada, mais livre. E que bom que é assim.

O importante é que somos diferentes. Mas estamos todos do mesmo lado. Ainda bem.

3 comments:

Anonymous said...

nossa...
gostei muito... tb né... rsrsrs
tomara, q tudo q você escreveu esteja certo !!!

Danilo Fernandes said...

Caramba Lli, que bonito e profundo tudo isso...
Que mistério enlouquecedor e sedutor entrar em nós mesmos!
Ainda que façamos (necessariamente) isso sozinhos, como é bom ter amigos, pessoas queridas, amadas, que quando viajamos para lugares longe demais, nos levam de volta pra casa, nos lembram quem somos...

Anonymous said...

uiaaaa Alli...

Q inspiracao heim!!!

ADOREI!!!


E q bom saber q esta bem, q esta VOCE!!

Saudadesss.... bjo bjo!!